Fernando Ermiro discute as continuidades entre o passado da ditadura militar e o presente, o papel do jornal comunitário da Rocinha Tagarela (1977-1983) como meio de questionamento indireto ao Estado e o título de propriedade como elemento diferenciador entre cidade e favela.
as políticas do campo conquistadas desde a Constituição de 1988: previdência social rural e PRONAF;
a emergência da agricultura familiar enquanto categoria de afirmação de identidade e diversidade, mas vista como complementar ao agronegócio segundo programas governamentais e até mesmo movimentos sociais (convergência conflitiva);
os mecanismos cotidianos de participação social na formulação e aprimoramento de políticas públicas desde 2003;
a necessidade de análises críticas que captem as ambiguidades, contradições, mediações, continuidades e descontinuidades das políticas públicas, seus sentidos estratégicos e suas repercussões nas comunidades rurais;
a falta de regulação e o processo de legitimação do agronegócio;
a desconexão entre lutas pela terra/território e a reforma agrária, enquanto a agroecologia assume apenas parcialmente o seu papel (com imperativo ambiental), pois não é reconhecida pela base social como prioridade (renda e terra).
Afrânio Garcia destaca o papel do “Projeto Emprego e Mudança Social” na institucionalização da antropologia social no país, especialmente na estabilização do Museu Nacional como uma instituição de ensino e pesquisa. Os dois eixos principais de sua apresentação foram: pensar quais as possibilidades dos indivíduos que empreenderam projeto (em um contexto político problemático do ponto de vista da relação entre intelectuais e governo) e quais foram as contribuições do projeto. Conforme o autor, os resultados do projeto acabaram convergindo para ideias encontradas em Sergio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre: o peso do mundo tradicional na plantation nos momentos de ruptura e recriação de distâncias sociais.
O palestrante Laval defende como alternativa ao neoliberalismo a “razão do comum” surgida nos anos 1990, através de movimentos ecológicos e intermundialistas como alternativa ao neoliberalismo.
Angela Alonso situou o movimento abolicionista em relação às narrativas consagradas na historiografia brasileira sobre a abolição, indo de encontro a três mitos sobre o tema: atraso brasileiro em relação às ideias estrangeiras; a abolição como obra da Coroa; a apatia da sociedade brasileira.
Os principais tópicos abordados pelas palestrantes foram:
Etnografia do dano e do Estado: a partir da observação e descrição das famílias no Fórum do Rio de Janeiro, tiveram por objetivo compreender a constituição de sujeitos através do impacto da violência estatal, a sua sociologização no luto familiar e a coletivização da dor individual;
a responsabilização não só do Estado, mas dos “ricos” (a parte da sociedade que demanda ações violentas do Estado) pelos movimentos;
o jogo de forças na construção contínua da fronteira entre os que contam e os que não contam. Por um lado, o trabalho político e social do Estado para apagar mortes, dar aparência de legalidade e atualizar tecnologias de morte. Por outro lado, a produção de legitimidade pela poética da dor: a corporificação e a importância do gênero, afeto, território e parentesco na linguagem e produção de imagens (maternidade, infância, “nossos mortos têm voz”);
a construção da memória para singularizar as vidas e concretizar as mortes, que passam a integrar a cartografia: cartazes com nomes e fotos dos mortos.
Apresentação dos objetivos do projeto “Movimentos sociais e esfera pública – impactos e desafios da participação da sociedade civil na formulação e implementação de políticas governamentais”, realizada por José Sergio Leite Lopes, assim como também uma breve apresentação dos pesquisadores e representantes governamentais e de movimentos sociais. Logo após, Alexandre Fortes (UFRRJ) disserta sobre a produção bibliográfica sobre movimentos sociais no Brasil e de como o trabalho de levantamento bibliográfico para o projeto foi feito pela equipe. Fortes também indica as bases de dados prioritárias e os termos de busca que seriam utilizados no levantamento. Os termos de busca prioritários foram dez: “Movimentos sociais”, “movimento popular”, “ação coletiva”, “protesto social”, “conflito social”, “lutas sociais”, “sociedade civil”, “redes sociais”, “sindicalismo, sindicatos e movimento operário” e “associativismo”. As buscas foram feitas na Biblioteca do Congresso dos EUA, na Web of Science, nas bibliotecas da UNICAMP e da USP, Scielo e Portal de Teses e Dissertações da CAPES.
Termo de compromisso no qual são apresentadas medidas para prevenção da exploração laboral, principalmente entre grupos mais vulneráveis ao trabalho irregular, em consonância com as diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da legislação brasileira vigente.