Palestra de John Comerford e Moacir Palmeira sobre o movimento sindical dos trabalhadores rurais no Brasil. Comerford discorreu sobre sua experiência junto ao sindicalismo rural, tanto no âmbito de sua trajetória pessoal (em São Paulo e na Bahia) quanto em relação a sua pesquisa sobre o tema (em Minas Gerais). Sua abordagem enfatiza o quanto o formato institucional não é suficiente para entender o funcionamento dos sindicatos: é importante pensar os movimentos sociais em suas práticas cotidianas. Moacir Palmeira faz um retrospecto sobre o movimento sindical rural no país desde seu surgimento nos anos 1920-30, destacando marcos importantes como sua rearticulação nos anos 50 - no período de redemocratização, a emergência das Ligas Camponesas em Pernambuco nos anos 60 e a atuação da CONTAG nos anos 70.
Dulce Pandolfi (CPDOC/FGV) inicia sua intervenção louvando a iniciativa da pesquisa, à medida que reconhece, no projeto, uma superação de preconceitos que outrora vingavam na academia em relação às ONGs e os movimentos sociais. Embora a questão das favelas não precise ser necessariamente o fio metodológico da pesquisa, Pandolfi propõe que se dê uma atenção especial ao tema, devido à riqueza de conclusões que podem ser extraídas dali pelos diferentes grupos envolvidos com o projeto. Também considera como principais objetos da pesquisa estudar a relação entre os movimentos sociais e os movimentos urbanos e entre os movimentos de favela com outros movimentos urbanos, como o dos sem-teto e dos moradores de rua; mapear os programas governamentais voltados para a questão urbana e de seus impactos; entender como os moradores dessas áreas percebem esses programas que estão sendo implantados; averiguar até que ponto esses programas estão fortalecendo ou enfraquecendo esses movimentos sociais; pensar em meios de acelerar a reforma urbana e incluir definitivamente as favelas e superar a subalternidade e incluir as favelas na cidade através de uma integração secundária e não subordinada.
De autoria de Adriana Vianna, Sílvia Aguião e Anelise Gutterres, o documento “Linha do tempo comentada” contém os marcos históricos (de 1978 a 2014) da formação do movimento LGBT no Brasil e de suas articulações com as esferas governamentais. Destacam-se:
o papel dos grupos Somos, Triângulo Rosa, Atobá, GGB, do Jornal O Lampião da Esquina (1978), da ABGLT, da ANTRA, da LBL, da ABL, da Rede Afro LGBT, da ArtGay, da ABHT e do IBRAT na politização sobre o tema LGBT no país;
criação dos Programas Nacionais de Direitos Humanos (PNDH I, II e III); do Programa Federal Brasil Sem Homofobia; Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de Aids e das DST entre Gays, HSH e Travestis;
importância dos Conselhos Nacionais na criação de políticas públicas (CNS, CNCD/LGBT);
importância e pautas das Conferências Nacionais LGBT (2008 e 2011);
objetivos do Sistema Nacional de Promoção da Cidadania e Enfrentamento à Violência Contra a População LGBT;