Dulce Pandolfi discorre acerca do direito à memória (sobre favelas) e aponta continuidades e descontinuidades da intervenção estatal nesses espaços ao passo em que frisa as diferenças entre os tempos da ditadura hoje e da ditadura militar.
José Adolar dos Santos (Sindicato dos Telefônicos) era trabalhador da antiga empresa de telefonia, a Telerj. O telefônico nos oferece um relato sobre os mecanismos de vigilância do regime militar no cotidiano da empresa, antes e depois do golpe. Nesse contexto de vigilância e repressão, José Adolar conta como os "delatores infiltrados" na empresa começaram a se identificar e afeiçoar com os trabalhadores e desta forma passaram a cooperar e auxiliar os trabalhadores para driblarem da repressão. Em 1984, José Adolar entra para o sindicato dos telefônicos em uma chapa apoiada pelo PCB, ainda que não tivesse vínculo militante com nenhum partido, salienta ele. José Adolar lembra também das mobilizações na ocasião do processo de privatização e da unidade entre os sindicatos nas lutas por projetos políticos em comum.
Antônio Carlos Firmino do Museu Sankofa da Rocinha aborda a instalação da “ditadura do tráfico” depois do fim da ditadura militar e como esse fenômeno mantém a repressão por parte da polícia sobre o favelado.
Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ) salienta em sua fala que é preciso reafirmar o fato da ditadura militar ter sido um projeto político da direita do país, uma direita que, lembra o professor, se dizia nacionalista mas atuava fundamentalmente contra os nacionalistas e esse enfrentamento ao nacionalismo será continuado no Brasil pela agenda e forças políticas do neoliberalismo. Luiz Pinguelli relembra os impactos do Regime Militar na vida universitária , especialmente no que se refere ao afastamento de vários professores. Ele relembra especialmente o caso do professor de física Leite Lopes. Luiz Pinguelli também retoma a importância das mobilizações docentes e greves feitas na Universidade, os enfrentamentos cotidianos e as dificuldades de ação impostas pelo Regime Militar.
Elizabeth Linhares, pesquisadora do projeto responsável pela pesquisa na Região Serrana, destacou a incidência de conflitos trabalhistas, cujas informações revelam tensões entre posseiros e fazendeiros.