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Sonia Giacomini e Paulo Terra

Na aula “Movimentos negros”, realizada no Museu Nacional/UFRJ durante a semana da data da abolição da escravatura no Brasil, Sonia Maria Giacomini (PUC/RJ) e Paulo Terra (UFF) apresentam os resultados da pesquisa realizada pelo projeto MSEP, os tópicos abordados foram:

  • a metodologia da pesquisa, que consistiu em trabalho de campo na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial e em reuniões do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), além de análise de documentos. Foi feito um recorte geracional que privilegiou militantes antigos para a comparação de conjunturas. No entanto, as entrevistas realizadas englobam diferenças nas formas de localização e de organização, atividades, experiências e gênero.
  • os militantes do movimento negro avaliaram que o governo Lula foi um marco histórico da abertura do Estado para a participação das suas organizações. Destacaram a importância da criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), que integra o CNPIR, e da Fundação Palmares, bem como a existência de ministros negros;
  • o objetivo, composição e limites do CNPIR. Entre as dificuldades apontadas no conselho, se destacam: a diversidade de demandas e grupos; a secundarização das pautas de etnias não negras no conselho, como de ciganos, judeus, palestinos e indígenas; o caráter consultivo, o orçamento diminuto e o fato de seus representantes públicos não terem poder decisório;
  • a presença de militantes do movimento negro em outros conselhos, como o de Saúde, Assistência Social e Direito da Mulher, para defenderem pautas específicas. Porém, têm dificuldade de participar nos conselhos de Segurança Pública e das Cidades;
  • a exigência da institucionalização e burocratização dos movimentos para participarem. Por um lado, isso cria distinções entre eles (ser selecionado, ir pra Brasília, onde se visita deputados, ministros etc.). Por outro lado, se constitui um paradoxo, na medida em que a participação exige a transformação da diversidade no mesmo ao se cobrar dos militantes capacidades técnicas e atitudes que reproduzem linguagens e rotinas dos agentes públicos;
  • o esvaziamento do agente da ação através da domesticação das demandas sociais pelo Estado, como na transformação da luta contra o racismo em promoção da igualdade racial;
  • o racismo estrutural e institucional;
  • a categoria de participação social para além dos conselhos, abarcando reuniões com presidenta, agendas com ministérios, visitas a deputados, dirigentes de partido, além das ações diretas à margem ou combinadas com a institucionalidade;
  • o sentimento generalizado de que o principal fruto da participação é a participação ela mesma (“participacionismo”).

Debate Movimentos Negros

O debate no seminário "Movimentos negros" se centrou nas seguintes questões:

  • o lugar de fala, a categoria de experiência e o reconhecimento do privilégio branco na produção de pesquisas científicas;
  • o imbricamento entre produção do saber e relações de poder, o racismo institucional nas universidades, a importância política eepistemológica da fala de militantes externos ao eixo Rio-São Paulo;
  • o conceito de visibilidade e a invisibilização, reproduzida nos conselhos, de determinadas etnias;
  • o problema da ideia de cooptação por não captar a ambiguidade da relação entre Estado e movimentos sociais, a produção e o apagamento de seus limites, as cobranças entre militantes que ocupam cargos de gestão e os que não ocupam;
  • a “estatização” dos movimentos (expertise para participar, aquisição de tecnologias);
  • a homologia entre a posição dos intelectuais no campo do poder e dos movimentos sociais no campo social;
  • a problematização do que é participação e das classificações dos movimentos sociais;
  • as diferentes categorias de Estado e de poder;
  • a falta de consenso entre militantes acerca do uso de plural ao se falar em movimento(s) negro(s);
  • as limitações da representação e da relação entre lideranças e a “base".

André Dumans Guedes

Na aula "Populações tradicionais" André Guedes aborda o tema da visibilidade e o emprego do termo por movimentos sociais de povos e comunidades tradicionais. Menciona a emergência das "novas" questões sociais que irromperam na cena pública, os contextos que tornam estratégica a visibilização perante outros movimentos, o Estado e a opinião pública, e destaca seus principais elementos:

  • o caráter identitário e a necessidade de visibilizar diferenças (modos de vida, experiência enquanto movimento, pleitos) no mundo da participação social;
  • denúncias sobre localidades reverberam nacionalmente, o que reconfigura jogos de escalas e articula espaços políticos;
  • relação com formuladores de políticas públicas tem por efeito o aprendizado de técnicas, linguagens, rituais e códigos para visibilizar particularidades.

José Carlos Pereira

Na aula "Populações tradicionais", o pesquisador José Carlos Pereira aborda a constituição da Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, a centralidade da luta anterior do Conselho Nacional dos Seringueiros em torno da constituição das RESEX e a questão da heterogeneidade de movimentos sociais e identidades sob essa classificação estatal. O pesquisador apresenta ainda as pautas e a readequação de estratégias por parte dos movimentos e as limitações da participação: a mão direita do Estado, a falta de integração entre secretarias e ministérios, o cumprimento parcial ou descumprimento da agenda pelo governo, recursos diminutos e falta de poder decisório. Por fim, mostra dados sobre a relevância das demandas na área urbana por povos e comunidades tradicionais e o processo de invenção do desaparecimento dos indígenas.

Alfredo Wagner

Em seus comentários durante a aula "Populações tradicionais", Alfredo Wagner de Almeida discorre sobre suas principais preocupações acerca dos estudos e políticas relativos aos movimentos de povos e comunidades tradicionais:

  • o problema de personificar o coletivo, especialmente aquele que se afirma pela diversidade;
  • diferença entre a expressão política e a dimensão teórica, a relação do conceito de tradição com a memória, mas também com o futuro;
  • diferença entre a participação (delegação) e a mobilização política (sujeitos da ação);
  • diferença entre ocupação e identidade.
    Por fim, apresentou publicações e questões referentes ao Projeto Nova Cartografia Social na Amazônia e discutiu as proximidades entre cartografia e descrição etnográfica.

Debate Populações Tradicionais

O debate da aula "Populações tradicionais" se centrou nas seguintes questões:

  • as mudanças no padrão etnográfico e as questões de autoria, neutralidade, subjetividade, gêneros narrativos;
  • a importância do mapa enquanto instrumento de poder nas disputas territoriais e do intercâmbio entre grupos no Projeto Nova Cartografia Social;
  • o paradoxo dos movimentos sociais de povos e comunidades tradicionais de serem "novos" e "tradicionais" e a contestação de que não são tradicionais pelos seus adversários;
  • a pluralidade de formas organizativas que transcende a classificação exigida pelo Estado e a sua relação com a força na luta política;
  • a criação de museus, símbolos da tradição, em comunidades no meio rural e urbano;
  • as fronteiras entre Estado e movimentos sociais, o presidencialismo de coalização e de cooptação;
  • a luta de imposição do que é participação.

Moacir Palmeira e Luciana Almeida

Na aula “Movimentos sociais rurais”, realizada no Museu Nacional/UFRJ, Luciana Almeida e Moacir Palmeira (PPGAS/UFRJ) apresentam os resultados da pesquisa realizada nos marcos do projeto MSEP. Luciana Almeida apresenta a metodologia da pesquisa. Através dos conselhos nacionais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF) e de Segurança Alimentar (CONSEA), a equipe teve acesso a pessoas engajadas nos movimentos sociais: MST (Movimento dos Sem Terra), MMC (Movimento das Mulheres Camponesas), MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura), FETRAF (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar). Além disso, foi realizado trabalho de campo nos escritórios desses movimentos em Brasília e em eventos como o III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA) na Bahia. Ao comparar o CONDRAF e o CONSEA, Luciana Almeida assinala que diferiam em sua composição, estrutura, dinâmicas, pautas, calendário de ações e conferências. A pesquisadora sublinha a grande diversidade de movimentos e organizações nos conselhos –entre elas, ONGs como a Cáritas, as articulações nacionais do Semi-Árido (ASA) e de Agroecologia (ANA), movimentos de comunidades tradicionais e indígenas –, que não se restringem ao que é considerado “movimento rural", que se aproximam na luta contra o agronegócio, grandes empreendimentos e mineradoras, mas têm uma multiplicidade de demandas discutidas em variados conselhos e órgãos governamentais. Além disso, a pesquisadora acentua a porosidade da fronteira entre Estado e sociedade, assim como a complementariedade entre participação social institucional e ações coletivas. Argumenta que a dinâmica do “mundo da participação”, adensada em Brasília, extrapola elementos formais, imprimindo novas modalidades de conexão entre as pautas dos movimentos, a formulação, execução e monitoramento de políticas públicas e seus efeitos locais ou regionais. A entrada nesses espaços institucionais gera particularidades nas relações entre os movimentos e nas estratégias de visibilização e reconhecimento, bem como tensões internas acerca dos seus riscos (reputação das lideranças) e dificuldades (necessidade de recursos, conhecimentos, prestação de contas). Moacir Palmeira aponta que a pesquisa mostrou as assimetrias e diferenças dos conselhos. Para os movimentos sociais, os conselhos significam a possibilidade de visitar ministros, assessores, dar continuidade a relacionamentos já existentes com agentes governamentais. O pesquisador questiona a definição de movimento social, que emergiu nos anos 1970, e as críticas feitas ao movimento sindical, mais comumente associado com o Estado apesar da tensão dessa relação estar presente para os demais movimentos. Moacir Palmeira evidencia ainda as continuidades entre os movimentos na rua e nos gabinetes.

Debate Movimentos Sociais Rurais

O debate da aula "Movimentos sociais rurais" se centrou nos seguintes temas:

  • a dificuldade de demarcar fronteira entre movimentos sociais e Estado e as mudanças nessa relação;
  • os riscos (criminalização, burocratização) e exigências da participação (profissionalização)
  • limites entre a autonomia dos movimentos e o financiamento pelo Estado;
  • a questão da representação e as tensões acerca da legitimidade dos movimentos;
  • a correlação de forças dentro dos conselhos, tendências de concentração de capital cultural e a demanda de sua distribuição;
  • mudanças na classificação oficial e no reconhecimento de movimentos sociais;
  • avaliações positivas (circulação de informações, articulação) e negativas (pouca eficácia) sobre os conselhos pelos movimentos;
  • as transformações nas bandeiras dos movimentos sociais rurais (reforma agrária, agroecologia);
  • a pauta da reforma fundiária como sendo comum aos meios rural e urbano.

Movimentos de Mulheres e Debate

Na aula "movimentos de mulheres" as pesquisadoras Adriana Vianna (PPGAS/ Museu Nacional/UFRJ), Anelise Gutterres e
Silvia Aguião apresentam os resultados da pesquisa sobre movimentos de mulheres e feminista e movimento LGBT realizada nos marcos do projeto Movimentos Sociais e Esfera Pública.Os temas abordados pelas autoras e no debate com a audiência são:

  • a conjuntura política da pesquisa, especialmente os acontecimentos que relacionados às “Jornadas de Junho”;

  • criação do Conselho Nacional da Mulher em 1985 como marco;

  • metodologia de pesquisa;

  • distinções entre os movimentos de mulheres e feminista e o movimento LGBT;

  • tendência do Estado em implementar políticas de mulheres, centradas na questão da violência, e não propriamente políticas de gênero;

  • tensões presentes na discussão de questões mais libertárias que operam com categorias de “gênero”;

  • balanço do movimento LGBT nos últimos anos, principalmente no Rio de Janeiro;

  • partidos, ONG's, participação e redes;

  • tensões internas ou “situações emaranhadas” envolvendo gênero, raça, classe, periferia criadas por políticas baseadas em identidades.

  • mudanças no movimento feminista desde sua origem;

  • relação entre Estado e sociedade/balanço da política de participação e a situação atual das esquerdas no Brasil.

Movimentos Sindicais Urbanos e Debate

A apresentação de José Ricardo Ramalho (IFCS/UFRJ), Jardel Leal (DIEESE), Marina Cordeiro e Eduardo Ângelo da Silva aborda os últimos 40 anos e a conjuntura atual. Os principais pontos abordados são:

  • retrospecto do movimento sindical no Brasil;

  • resistência no “chão de fábrica” à ditadura: emergência do “novo sindicalismo”;

  • surgimento do PT e da CUT no início dos anos 1980 como marcos do movimento sindical;

  • conjunto de leis e proteção presentes na Constituição Federal de 1988 sendo atacada pelos setores empresariais nos anos 1990;

  • as questões de gênero e de geração no movimento sindical;

  • recente aumento do número de sindicatos (2007-2013);

  • metodologia de pesquisa;

  • relação entre lideranças sindicais e suas bases;

  • a questão da terceirização e do sindicalismo;

  • tendência à busca de qualificação acadêmica para dar conta do ativismo sindical.

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