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Geraldo Cândido

Geraldo Cândido, da Comissão Estadual da Verdade/RJ, inicia sua exposição enfatizando o que foi para ele uma das dimensões chaves na explicação do desencadeamento do Golpe Militar no Brasil, qual seja, a figura de João Goulart. Para Geraldo Cândido, a liderança de João Goulart como uma expressão popular e representação do trabalhismo, expressava naquele momento uma das principais forças da imaginação política nacional. Geraldo Cândido salienta que a expressão de Jango provocou um grande incômodo nas forças conservadoras do país, especialmente porque sua ascensão eratambém a ascensão de uma cultura política produzida por trabalhadores e seus anseios de transformação. Nessa conjuntura, o palestrante recupera todo o “clima” de mobilização protagonizado pelos trabalhadores, rurais e urbanos, que antecedeu o Golpe Militar: desde as Revoltas dos Marinheiros no sindicato dos Metalúrgicos até o grande comício da Central do Brasil. É para recuperar o protagonismo da classe trabalhadora nesse contexto de efervescência política que vivia o Brasil e também na importante resistência por ela produzida nos “anos de chumbo”, que Geraldo Cândido enfatiza a relevância de ampliarmos as pesquisas e divulgação do período entre 1964 e 1968, período este de menor relevância para a historiografia da ditadura, mas que expressa, segundo ele, os modos pelos quais os sindicatos e os trabalhadores representaram o grupo social mais diretamente atingido pelo Golpe Militar.

Trabalhadores rurais

O dossiê "Trabalhadores rurais" contém vídeos da mesa homônima composta pelos sindicalistas José Rodrigues Sobrinho (CUT e Fetarn), Francisco Urbano de Araújo Filho (Contag) e José Francisco da Silva (Contag), a advogada Angélica Gentili (ex-assessora jurídica da Contag) e Josefa Reis (técnica do Incra e ex-assessora da Contag). A mesa discutiu a continuidade das lutas camponesas no Brasil após o golpe de 1964 e o seu significado histórico.

Moacir Palmeira

O antropólogo Moacir Palmeira (PPGAS/MN/UFRJ) apresenta os participantes da mesa e destaca dois pontos centrais para o debate sobre a repressão no campo no regime militar: a continuidade das lutas camponesas após o golpe de 1964 e o significado histórico dessas lutas.

José Rodrigues Sobrinho

O dirigente sindical José Rodrigues Sobrinho, um dos fundadores da Contag e da CUT, relata alguns aspectos de sua própria trajetória no movimento dos trabalhadores rurais, inicialmente no Rio Grande do Norte, e depois em contexto nacional e internacional, concomitantemente à criação dos sindicatos de trabalhadores rurais, das federações e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Ele destaca as formas de mobilização dos trabalhadores rurais para enfrentar a dominação e a repressão dos patrões e do Estado, em um contexto em que ele próprio foi perseguido e exilado durante o regime militar.

Francisco Urbano de Araújo Filho

O dirigente sindical Francisco Urbano de Araújo Filho, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), analisa a relação entre o golpe militar de 1964 e construção da organização dos trabalhadores rurais no país. Segundo ele, o golpe foi desfechado para interromper a Reforma Agrária incipiente conduzida pelo governo João Goulart, dentro das Reformas de Base. Ele apresenta aspectos da trajetória das organizações do campo, destacando ainda o papel da Igreja Católica nas mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia no país.

José Francisco da Silva

O dirigente sindical José Francisco da Silva, ex-presidente da Contag entre 1968 e 1984, destacou a luta para organizar os trabalhadores do campo depois do golpe militar de 1964, quando os sindicatos estavam sob intervenção e os líderes camponeses estavam permanentemente sujeitos à violência por parte dos militares, dos senhores de engenho ou de usineiros, latifundiários e seus capangas. No nordeste do país, uma das estratégias adotadas pelo movimento foi a criação das delegacias sindicais. José Francisco relatou o encontro que teve com o Papa Paulo VI, em 1969, em Roma, quando entregou ao Sumo Sacerdote uma carta na qual denunciava a realidade brasileira sob o regime de exceção e solicitava o apoio da Igreja para a reconstituição democrática do país. Ele explica que a audiência com o Papa foi estratégica no sentido de evidenciar ao governo brasileiro que a Contag não estava isolada ou sozinha em suas lutas. De acordo com o sindicalista, na época da ditadura e sob a intensa perseguição aos trabalhadores e militantes, havia dois guarda-chuvas para as esquerdas: a Contag e a Igreja Católica. José Francisco ressaltou ainda a importância das mobilizações dos camponeses e de outros setores da sociedade para a retomada do processo democrático.

Angélica Gentili

A ex-assessora jurídica da Contag Angélica Gentili faz um relato sobre as estratégias usadas por ela e por outros assessores do movimento sindical e popular, durante o regime militar. Esses advogados constituíram uma espécie de rede para defender no Judiciário e na luta política os direitos dos trabalhadores e o funcionamento das entidades, desafiando os limites impostos pela ditadura. Entre as formas de luta das quais lançavam mão naquele contexto estavam as ações coletivas, por meio das quais buscavam o cumprimento dos direitos estabelecidos por lei (tais como Estatuto da Terra e o Estatuto do Trabalhador Rural), que eram, entretanto, desrespeitados pelos patrões.

Josefa Reis

Josefa Reis, ex-assessora da Contag e atualmente técnica do Incra, destaca alguns momentos da luta das entidades dos trabalhadores rurais durante a ditadura militar, especialmente entre o final dos anos 1970 e o processo da Constituinte de 1988, analisando também a atuação das mulheres nos movimentos. Em sua exposição, ela ressalta que a legislação a partir da qual as entidades buscavam proteger os trabalhadores rurais no período do regime militar havia sido concebida antes do golpe de 1964, como foi o caso do Estatuto da Terra.

Trabalhadores urbanos

O dossiê Trabalhadores urbanos contém vídeos da mesa homônima, composta por Benedito Santos (Fórum dos Anistiados dos Operários Navais), Adelino Chaves (Presidente Associação dos Aposentados e Pensionistas da Petrobrás), Ulisses Lopes (Sindicato dos Metalúrgicos), José Adolar dos Santos (Sindicato dos Telefônicos), Nilson Venâncio (ANAPAP - Associação Nacional dos Anistiados Políticos, Aposentados e Pensionistas) e Jardel Leal (DIEESE e ex-metalúrgico). Essas lideranças, que militaram no movimento sindical urbano antes e depois do golpe militar de 1964, recuperam um conjunto de experiências, lutas, tensões e projetos políticos da classe trabalhadora interrompidos pelo regime militar no Brasil.

Benedito Santos

Benedito Santos (Fórum dos Anistiados dos Operários Navais) é natural de Alagoas e entra para o Sindicato dos Operários Navais em 1963, como cabeça de chapa - ocasião em que trabalhava no Estaleiro Mauá. Benedito Santos salienta que filiou-se ao Partido Comunista desde a década de 1950 e conta que o sindicato dos operários navais foi um dos sindicatos mais dinâmicos e mobilizados desse período. O primeiro congresso de solidariedade à Cuba, por exemplo, é destacado por Benedito como um acontecimento importante e que foi sediado pelo sindicato dos Operários Navais. Benedito também fala sobre a participação do sindicato no comício da Central do Brasil. Benedito rememora a ocasião em que o presidente João Goulart visitou o sindicato e também, logo após o Golpe Militar, quando a polícia invadiu o sindicato e prendeu mais de 100 lideranças do sindicato dos operários navais. Benedito nos fornece um relato da sua prisão e das torturas sofridas por ele, fala sobre a prisão no Caio Martins de centenas de pessoas. Benedito termina seu depoimento falando sobre a importância da liberdade.

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