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Descripción archivística
Programa de Memória dos Movimentos Sociais Atividades Acadêmicas
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Josefa Reis

Josefa Reis, ex-assessora da Contag e atualmente técnica do Incra, destaca alguns momentos da luta das entidades dos trabalhadores rurais durante a ditadura militar, especialmente entre o final dos anos 1970 e o processo da Constituinte de 1988, analisando também a atuação das mulheres nos movimentos. Em sua exposição, ela ressalta que a legislação a partir da qual as entidades buscavam proteger os trabalhadores rurais no período do regime militar havia sido concebida antes do golpe de 1964, como foi o caso do Estatuto da Terra.

Jardel Leal

Jardel Leal (DIEESE e ex-operário naval) conta sobre como começou a militar no movimento estudantil universitário em 1968 e também sobre a sua participação no Congresso de Ibiúna da UNE. Com medo da prisão, e por sentir que sua origem social não poderia lhe fornecer muita cobertura contra a ação dos militares, Jardel foi orientado a deixar o movimento estudantil e começar um curso técnico no SENAI onde torna-se soldador. O ex-operário naval ,começa então a trabalhar como soldador e permanece trabalhando como metalúrgico durante 15 anos. Jardel Leal nos conta sobre sua impressão no trabalho dentro da fábrica, no começo de 1970, e como sentia a tensão e desconfiança de seus companheiros de trabalho em relação ao momento em que viviam. Para Jardel Leal, a esquerda da época, especialmente o partido comunista, não conseguia incorporar em seus discursos e práticas a indignação das violências cotidianas sofridas pelos trabalhadores: extensas jornadas de trabalho, acidentes de trabalho. Para Jardel, o chamado "sindicalismo combativo" começa a surgir nessas questões do cotidiano, em campanhas, por exemplo, contra as horas extras, contra os acidentes de trabalho. Outra característica desse nascente "novo sindicalismo" apontada por Jardel, que viria eclodir depois no ABC paulista mas também no Rio de Janeiro, é uma extensão da fábrica para a moradia, na militância em associações de bairro, no diálogo com a vizinhança.

Tania Silva e Lygia Segala

Tania Silva e Lygia Segala explicam o projeto “Varal de Lembranças”, criado entre as remoções sucessivas e as reivindicações de urbanização (1970-1980) e que conta os tempos da história da Rocinha através de depoimentos dos próprios moradores. Tania ressalta ainda os novos tipos de remoção (“branca”) e de ditadura (“pacificação” das UPPs).

Angélica Gentili

A ex-assessora jurídica da Contag Angélica Gentili faz um relato sobre as estratégias usadas por ela e por outros assessores do movimento sindical e popular, durante o regime militar. Esses advogados constituíram uma espécie de rede para defender no Judiciário e na luta política os direitos dos trabalhadores e o funcionamento das entidades, desafiando os limites impostos pela ditadura. Entre as formas de luta das quais lançavam mão naquele contexto estavam as ações coletivas, por meio das quais buscavam o cumprimento dos direitos estabelecidos por lei (tais como Estatuto da Terra e o Estatuto do Trabalhador Rural), que eram, entretanto, desrespeitados pelos patrões.

Edison Diniz

Edison Diniz destaca que além das três ditaduras (militar, do tráfico e da polícia), há uma quarta que é a da milícia.

Nilson Venâncio

Nilson Venâncio (ANAPAP - Associação Nacional dos Anistiados Políticos, Aposentados e Pensionistas) conta sobre sua trajetória no mundo rural em uma fazenda em Xerém e como sua identificação com o trabalho de lavrador foi fundamental para a constituição da sua identidade de trabalhador. Nilson relata um pouco sobre sua trajetória escolar, contando que frequentou a escola por apenas três meses, mas que, entretanto, fez muitas aulas enquanto estava preso em Ilha Grande durante a ditadura militar. Trabalhou na fábrica nacional de motores e lá se tornou comunista, se organizando no movimento operário pelo PCB. Nilson fala sobre o "anti-comunismo" do período, sobre a tortura e prisões pelas quais passou. Nilson também fala sobre a conjuntura específica do município de Caxias, o primeiro, segundo ele, a entrar na lei de segurança nacional

Debate

O debate se centrou nos temas: desigualdade social; reinvenções na formação política das juventudes (via igrejas, sindicatos, partidos, ONGs, coletivos etc.) e a sua articulação pelas redes sociais; o papel de pesquisadores e movimentos sociais na formulação de políticas públicas.

Mônica Francisco

Mônica Francisco destaca o papel da mídia na construção de uma imagem da população favelada como uma “população mandável”. Também menciona o uso do discurso ambiental nos processos de remoção e a gentrificação ou “expulsão branca” que vem ocorrendo no Morro do Vidigal.

Raul Santiago

Raul Santiago relata as disputas por imaginário e território, a violência da “pacificação” (UPPs) contra os jovens, a importância de coletivos como o Ocupa Alemão e o Papo Reto para a autonomia dos moradores de favela.

José Francisco da Silva

O dirigente sindical José Francisco da Silva, ex-presidente da Contag entre 1968 e 1984, destacou a luta para organizar os trabalhadores do campo depois do golpe militar de 1964, quando os sindicatos estavam sob intervenção e os líderes camponeses estavam permanentemente sujeitos à violência por parte dos militares, dos senhores de engenho ou de usineiros, latifundiários e seus capangas. No nordeste do país, uma das estratégias adotadas pelo movimento foi a criação das delegacias sindicais. José Francisco relatou o encontro que teve com o Papa Paulo VI, em 1969, em Roma, quando entregou ao Sumo Sacerdote uma carta na qual denunciava a realidade brasileira sob o regime de exceção e solicitava o apoio da Igreja para a reconstituição democrática do país. Ele explica que a audiência com o Papa foi estratégica no sentido de evidenciar ao governo brasileiro que a Contag não estava isolada ou sozinha em suas lutas. De acordo com o sindicalista, na época da ditadura e sob a intensa perseguição aos trabalhadores e militantes, havia dois guarda-chuvas para as esquerdas: a Contag e a Igreja Católica. José Francisco ressaltou ainda a importância das mobilizações dos camponeses e de outros setores da sociedade para a retomada do processo democrático.

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