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Eventos Temáticos

A seção Eventos Temáticos é constituída por acervo audiovisual (filmográfico e sonoro), iconográfico (fotografias), textual, bem como por Programação (ementas e cartazes de programação) e Transcrições; nos quais são discutidos tanto a importância da construção e da transmissão da memória de movimentos sociais quanto processos políticos. Integra os Professores José Sergio Lopes (UFRJ/MN) e Beatriz Heredia (UFRJ/IFCS), Coordenadores dos ciclos de palestras, bem como pesquisadores convidados.

Luiz Pinguelli Rosa

Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ) salienta em sua fala que é preciso reafirmar o fato da ditadura militar ter sido um projeto político da direita do país, uma direita que, lembra o professor, se dizia nacionalista mas atuava fundamentalmente contra os nacionalistas e esse enfrentamento ao nacionalismo será continuado no Brasil pela agenda e forças políticas do neoliberalismo. Luiz Pinguelli relembra os impactos do Regime Militar na vida universitária , especialmente no que se refere ao afastamento de vários professores. Ele relembra especialmente o caso do professor de física Leite Lopes. Luiz Pinguelli também retoma a importância das mobilizações docentes e greves feitas na Universidade, os enfrentamentos cotidianos e as dificuldades de ação impostas pelo Regime Militar.

Carlos Vainer

Carlos Vainer (FCC-UFRJ) fala sobre a importância de compreender a memória como um “campo de batalha”. O professor retoma em sua fala o momento de efervescência intelectual, artística e do campo da ciência da década de 1960, o que produziu uma cultura política marcadamente intelectualizada e engajada. Para ele, existia nesse período, uma fusão entre ciência, arte e política, e que, é fortemente interrompido depois de 1968 com o endurecimento do Regime Militar. O professor Calor Vainer sintetiza alguns elementos importantes para se compreender a cultura de esquerda nesse período e sobretudo, entender como os projetos políticos estavam fortemente vinculados à universidade e ao campo intelectual de uma maneira geral

Maria de Lourdes Fávero

Maria de Lourdes Fávero (UFRJ) recupera em sua fala a história da Faculdade Nacional de Filosofia, criada em 1939. A partir de 1964, a Faculdade Nacional de Filosofia sofre um processo intenso de intervenção e afastamentos de alunos e professores. A professora recupera a história institucional da Faculdade Nacional de Filosofia e sua relação com projetos de ciência e engajamentos políticos.

Rodrigo Patto Sá Motta

Rodrigo Patto Sá Motta (UFMG), fala sobre seu livro, resultado de uma pesquisa extensa que procura entender os impactos da ditadura militar nas universidades. O historiador salienta que estes impactos e ações do Regime Militar foram muito mais além da repressão mais direta através de violência, tortura e morte de militantes, mas também promoveram reformas na Universidade, tendo em vista que o Regime Militar possuía também um projeto desenvolvimentista que estava intimamente ligado ao ensino e à ciência, consequentemente à universidade. Rodrigo Patto enfatiza também o aspecto da colaboração de muitos reitores e "elites universitárias" com o Regime, o que se reflete no reduzido número de intervenções do regime militar nas universidades do Brasil.

Ciência e Universidade

O dossiê "Ciência e universidade" contém vídeos da mesa homônima composta pelos professores: Rodrigo Patto Sá Motta (UFMG), Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ), Carlos Vainer (UFRJ), Maria de Lourdes Fávero (UFRJ), e o coordenador da mesa Ildeu Moreira (UFRJ). A mesa discutiu os impactos da repressão no funcionamento das instituições, assim como os projetos de ciência, desenvolvimento e reforma universitária que foram interrompidos pela ditadura militar e retomados por ela em outros marcos. Rodrigo Patto Sá Motta abordou a relação da ditadura militar com a universidade. Luiz Pinguelli Rosa enfatizou aspectos da sua experiência e trajetória na universidade durante o período do regime militar. Maria de Lourdes Fávero recupera a história da Faculdade Nacional de Filosofia, criada em 1939. Carlos Vainer (UFRJ) retoma o momento de efervescência intelectual, artística e do campo da ciência da década de 1960.

Debate trabalhadores rurais e urbanos

O dossiê "Debate sobre trabalhadores rurais e urbanos" contém o vídeo dos comentários do debatedor Alfredo Wagner de Almeida (UFAM) sobre as mesas "Trabalhadores rurais" e "Trabalhadores urbanos".

Alfredo Wagner de Almeida

Alfredo Wagner salienta a importância de pensar como a história de vida não se separa da história política e essa relação permanente esteve presente em todos os relatos. Um dos aspectos que une as falas dos trabalhadores rurais com a dos trabalhadores urbanos, na visão de Alfredo Wagner, é que muitos líderes tornaram-se referências tanto para os operários urbanos como para os trabalhadores rurais, como no caso do Zé Pureza. Alfredo salienta que, exceto nas falas do Zé Francisco que mencionou sua companheira, e também, nos depoimentos dos filhos do Ferreirinha que mencionaram não só a história dele como também da sua companheira, mãe deles, em todos os outros relatos, segundo Alfredo Wagner, parece existir, um "capital militante" que se apresenta de forma muito individualizada. Alfredo Wagner discute a importância de refletirmos sobre esses projetos interrompidos pela ditadura militar à luz de uma nova conjuntura que propõe novas concepções de política, crescente desconfiança das organizações partidárias e que de certa forma sugerem novas formas de organização, das quais ainda existe, segundo ele, muita dificuldade de compreensão. Para Alfredo Wagner, as lutas de hoje tem mais dificuldade de produzir um sujeito "coletivo" , mas no entanto, são lutas que estão disputando um espaço do comum. Alfredo Wagner aposta que essa "unidade" hoje, sentida perdida pelos militantes que participaram das mesas, será uma unidade construída pela diferença.

Jardel Leal

Jardel Leal (DIEESE e ex-operário naval) conta sobre como começou a militar no movimento estudantil universitário em 1968 e também sobre a sua participação no Congresso de Ibiúna da UNE. Com medo da prisão, e por sentir que sua origem social não poderia lhe fornecer muita cobertura contra a ação dos militares, Jardel foi orientado a deixar o movimento estudantil e começar um curso técnico no SENAI onde torna-se soldador. O ex-operário naval ,começa então a trabalhar como soldador e permanece trabalhando como metalúrgico durante 15 anos. Jardel Leal nos conta sobre sua impressão no trabalho dentro da fábrica, no começo de 1970, e como sentia a tensão e desconfiança de seus companheiros de trabalho em relação ao momento em que viviam. Para Jardel Leal, a esquerda da época, especialmente o partido comunista, não conseguia incorporar em seus discursos e práticas a indignação das violências cotidianas sofridas pelos trabalhadores: extensas jornadas de trabalho, acidentes de trabalho. Para Jardel, o chamado "sindicalismo combativo" começa a surgir nessas questões do cotidiano, em campanhas, por exemplo, contra as horas extras, contra os acidentes de trabalho. Outra característica desse nascente "novo sindicalismo" apontada por Jardel, que viria eclodir depois no ABC paulista mas também no Rio de Janeiro, é uma extensão da fábrica para a moradia, na militância em associações de bairro, no diálogo com a vizinhança.

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