Antônio Carlos Firmino do Museu Sankofa da Rocinha aborda a instalação da “ditadura do tráfico” depois do fim da ditadura militar e como esse fenômeno mantém a repressão por parte da polícia sobre o favelado.
Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ) salienta em sua fala que é preciso reafirmar o fato da ditadura militar ter sido um projeto político da direita do país, uma direita que, lembra o professor, se dizia nacionalista mas atuava fundamentalmente contra os nacionalistas e esse enfrentamento ao nacionalismo será continuado no Brasil pela agenda e forças políticas do neoliberalismo. Luiz Pinguelli relembra os impactos do Regime Militar na vida universitária , especialmente no que se refere ao afastamento de vários professores. Ele relembra especialmente o caso do professor de física Leite Lopes. Luiz Pinguelli também retoma a importância das mobilizações docentes e greves feitas na Universidade, os enfrentamentos cotidianos e as dificuldades de ação impostas pelo Regime Militar.
Elizabeth Linhares, pesquisadora do projeto responsável pela pesquisa na Região Serrana, destacou a incidência de conflitos trabalhistas, cujas informações revelam tensões entre posseiros e fazendeiros.
O debate se centrou nos temas:
- a perda de significado do termo migração, como são definidos os locais de moradia e os migrantes;
- a migração como constitutiva de uma determinada família, o conceito de liberdade e a diferença entre cativeiro e sujeição;
- o papel das categorias intelectuais e do Estado na invenção do “Nordeste”;
- o problema da (não) adaptação a certo tipo de trabalho industrial;
- as redes sociais de famílias de migrantes e a formação de classe.
Regina Novaes aponta a questão intergeracional na relação entre memória, juventude e identidade, além de problematizar o uso do termo ditadura para caracterizar o presente ao observar novas formas de exclusão social.
O dirigente sindical Francisco Urbano de Araújo Filho, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), analisa a relação entre o golpe militar de 1964 e construção da organização dos trabalhadores rurais no país. Segundo ele, o golpe foi desfechado para interromper a Reforma Agrária incipiente conduzida pelo governo João Goulart, dentro das Reformas de Base. Ele apresenta aspectos da trajetória das organizações do campo, destacando ainda o papel da Igreja Católica nas mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia no país.
O debate contou com a participação de José Ricardo Ramalho, Dulce Pandolfi, Neide Esterci, Beatriz Heredia e José Sergio Leite Lopes.
Participaram do debate José Sergio Leite Lopes, Beatriz Heredia, Paulo Roberto de Andrade Castro, entre outros.
Eladir Santos fala sobre sua militância no movimento de favelas do Rio de Janeiro e as formas organizativas voltadas para o fim da opressão que perpassa as ditaduras.
Os principais pontos do debate foram:
- experiências fora do eixo Rio-São Paulo;
- continuidades entre o rural e o urbano por meio de relações interpessoais e da migração;
- o papel do Estado, da legislação e da agência dos trabalhadores nas análises históricas sobre o processo de formação de classe;
- as mudanças no horizonte de expectativas da luta de classes (CLT).