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Programa de Memória dos Movimentos Sociais Atividades Acadêmicas
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Francisco Urbano de Araújo Filho

O dirigente sindical Francisco Urbano de Araújo Filho, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), analisa a relação entre o golpe militar de 1964 e construção da organização dos trabalhadores rurais no país. Segundo ele, o golpe foi desfechado para interromper a Reforma Agrária incipiente conduzida pelo governo João Goulart, dentro das Reformas de Base. Ele apresenta aspectos da trajetória das organizações do campo, destacando ainda o papel da Igreja Católica nas mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia no país.

José Francisco da Silva

O dirigente sindical José Francisco da Silva, ex-presidente da Contag entre 1968 e 1984, destacou a luta para organizar os trabalhadores do campo depois do golpe militar de 1964, quando os sindicatos estavam sob intervenção e os líderes camponeses estavam permanentemente sujeitos à violência por parte dos militares, dos senhores de engenho ou de usineiros, latifundiários e seus capangas. No nordeste do país, uma das estratégias adotadas pelo movimento foi a criação das delegacias sindicais. José Francisco relatou o encontro que teve com o Papa Paulo VI, em 1969, em Roma, quando entregou ao Sumo Sacerdote uma carta na qual denunciava a realidade brasileira sob o regime de exceção e solicitava o apoio da Igreja para a reconstituição democrática do país. Ele explica que a audiência com o Papa foi estratégica no sentido de evidenciar ao governo brasileiro que a Contag não estava isolada ou sozinha em suas lutas. De acordo com o sindicalista, na época da ditadura e sob a intensa perseguição aos trabalhadores e militantes, havia dois guarda-chuvas para as esquerdas: a Contag e a Igreja Católica. José Francisco ressaltou ainda a importância das mobilizações dos camponeses e de outros setores da sociedade para a retomada do processo democrático.

Nilson Venâncio

Nilson Venâncio (ANAPAP - Associação Nacional dos Anistiados Políticos, Aposentados e Pensionistas) conta sobre sua trajetória no mundo rural em uma fazenda em Xerém e como sua identificação com o trabalho de lavrador foi fundamental para a constituição da sua identidade de trabalhador. Nilson relata um pouco sobre sua trajetória escolar, contando que frequentou a escola por apenas três meses, mas que, entretanto, fez muitas aulas enquanto estava preso em Ilha Grande durante a ditadura militar. Trabalhou na fábrica nacional de motores e lá se tornou comunista, se organizando no movimento operário pelo PCB. Nilson fala sobre o "anti-comunismo" do período, sobre a tortura e prisões pelas quais passou. Nilson também fala sobre a conjuntura específica do município de Caxias, o primeiro, segundo ele, a entrar na lei de segurança nacional

Alfredo Wagner de Almeida

Alfredo Wagner salienta a importância de pensar como a história de vida não se separa da história política e essa relação permanente esteve presente em todos os relatos. Um dos aspectos que une as falas dos trabalhadores rurais com a dos trabalhadores urbanos, na visão de Alfredo Wagner, é que muitos líderes tornaram-se referências tanto para os operários urbanos como para os trabalhadores rurais, como no caso do Zé Pureza. Alfredo salienta que, exceto nas falas do Zé Francisco que mencionou sua companheira, e também, nos depoimentos dos filhos do Ferreirinha que mencionaram não só a história dele como também da sua companheira, mãe deles, em todos os outros relatos, segundo Alfredo Wagner, parece existir, um "capital militante" que se apresenta de forma muito individualizada. Alfredo Wagner discute a importância de refletirmos sobre esses projetos interrompidos pela ditadura militar à luz de uma nova conjuntura que propõe novas concepções de política, crescente desconfiança das organizações partidárias e que de certa forma sugerem novas formas de organização, das quais ainda existe, segundo ele, muita dificuldade de compreensão. Para Alfredo Wagner, as lutas de hoje tem mais dificuldade de produzir um sujeito "coletivo" , mas no entanto, são lutas que estão disputando um espaço do comum. Alfredo Wagner aposta que essa "unidade" hoje, sentida perdida pelos militantes que participaram das mesas, será uma unidade construída pela diferença.

Ciência e Universidade

O dossiê "Ciência e universidade" contém vídeos da mesa homônima composta pelos professores: Rodrigo Patto Sá Motta (UFMG), Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ), Carlos Vainer (UFRJ), Maria de Lourdes Fávero (UFRJ), e o coordenador da mesa Ildeu Moreira (UFRJ). A mesa discutiu os impactos da repressão no funcionamento das instituições, assim como os projetos de ciência, desenvolvimento e reforma universitária que foram interrompidos pela ditadura militar e retomados por ela em outros marcos. Rodrigo Patto Sá Motta abordou a relação da ditadura militar com a universidade. Luiz Pinguelli Rosa enfatizou aspectos da sua experiência e trajetória na universidade durante o período do regime militar. Maria de Lourdes Fávero recupera a história da Faculdade Nacional de Filosofia, criada em 1939. Carlos Vainer (UFRJ) retoma o momento de efervescência intelectual, artística e do campo da ciência da década de 1960.

Desafios da agenda democrática para o Brasil Rural

A palestra “Desafios da agenda democrática para o Brasil Rural” ocorrida na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e ministrada por Caio França (ex-coordenador do NEAD/MDA e ex-superintendente do MDA), discutiu a democratização na elaboração e execução de políticas públicas, com foco no meio rural.

A Justiça do Trabalho e sua história

A palestra “A Justiça do Trabalho e sua história, com ênfase no recente combate ao trabalho análogo a de escravo no Brasil” realizada no Colégio Brasileiro de Altos Estudos (UFRJ) foi ministrada por Ângela de Castro Gomes (UFF), com comentários de Elina Pessanha (UFRJ).

O abolicionismo como movimento social

Realizada no Colégio Brasileiro de Altos Estudos, a palestra fez referência ao livro “Flores, votos e balas: o movimento abolicionista brasileiro (1868 – 1888)” lançado em 2015, no qual Angela Alonso busca dar conta de uma lacuna entre o que acontece no espaço público e nas instituições políticas, propondo uma abordagem mais integrada do processo. Sua apresentação foi organizada em dois eixos: como o movimento incorpora influências estrangeiras e como se dá a relação entre abolicionistas e escravistas e como o Estado se posiciona. A pesquisa está baseada em levantamento de eventos de protesto abolicionista nos jornais (criação de associações e eventos de propaganda).

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