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Programa de Memória dos Movimentos Sociais
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As três ditaduras

Mediada por Lygia Segala (UFF), a mesa composta por Adair Rocha (UERJ, PUC-RJ), Adriana Facina (PPGAS/MN/UFRJ), Antônio Carlos Firmino (Museu Sankofa da Rocinha), Edison Diniz (Rede de Desenvolvimento da Maré), José Martins de Oliveira (Rocinha sem Fronteiras) e Mônica Francisco (Assessoria & Planejamento para o Desenvolvimento – ASPLANDE do Borel) abordaram as diversas formas de repressão presentes no cotidiano das favelas, mesmo depois da redemocratização nos anos 1980. Além disso, refletiu como o trabalho da memória enquanto afirmação da identidade da população das favelas foi considerado uma estratégia importante para a resistência a esses processos repressivos. Sobre as políticas de pacificação, as falas tenderam a rechaçar um discurso maniqueísta sobre os desdobramentos dessas ações. Reconheceram pequenos avanços, mas que ficaram eclipsados pelas formas de militarização do cotidiano das favelas.

Adriana Facina

Adriana Facina (PPGAS/UFRJ) destaca como a sobrevivência da ditadura nas favelas significou uma derrota para os movimentos que lutaram pela democracia. Afirma também que o jogo político tende a ser visto como algo fora do alcance da população favelada: o discurso oscila entre o “Estado ausente” e o Estado como inimigo.

Edison Diniz

Edison Diniz destaca que além das três ditaduras (militar, do tráfico e da polícia), há uma quarta que é a da milícia.

Debate

O debate abordou a relação entre “morro e asfalto”, chamando a atenção para a contradição característica do Rio de Janeiro: nos anos 1960, ao mesmo tempo em que ocorrem as remoções, a classe média da zona sul demanda a mão-de-obra das favelas. Em suma, a cidade precisa da favela. Outro ponto diz respeito ao beneficio que a classe média carioca obteve com a política de pacificação, embora continue não sendo uma aliada das causas da população favelada.

Luiz Antonio Pilar

Luiz Pilar narra como o filme “Remoção”, nascido de sua experiência pessoal, se tornou um projeto voltado à preservação de uma memória coletiva ameaçada pela política de remoções.

Regina Novaes

Regina Novaes aponta a questão intergeracional na relação entre memória, juventude e identidade, além de problematizar o uso do termo ditadura para caracterizar o presente ao observar novas formas de exclusão social.

Programação do evento

No dia 1º de abril de 2014, o golpe militar de 1964 completava 50 anos. Para relembrar os acontecimentos que se seguiram durante os anos do regime militar, como também para provocar novas reflexões sobre os projetos políticos interrompidos pelos anos de repressão, o Colégio Brasileiro de Altos Estudos/UFRJ e o Programa de Memória dos Movimentos Sociais (Memov) promoveram o evento “Projetos interrompidos: repercussões da ditadura sobre a universidade, os trabalhadores e os povos indígenas”.

Cartaz do evento

Cartaz do evento. Contém o cronograma com os debatedores e palestrantes das mesas e os testemunhos, bem como os organizadores.

José Sérgio Leite Lopes

José Sérgio Leite Lopes (CBAE/UFRJ) expõe o interesse a respeito de uma reflexão mais profunda sobre os projetos coletivos interrompidos pelo golpe militar, interesse esse, que deu origem ao seminário. No que toca a Universidade brasileira, a conjuntura da década de 1960 expunha a urgência de uma reforma universitária que fosse capaz de democratizar e popularizar a Universidade no país. Outra dimensão fundamental discutida no seminário foi a repressão mais difusa, e por isso mesmo menos conhecida, da repressão dos trabalhadores rurais. Fechamento de sindicatos, intervenções, morte de trabalhadores, um conjunto diversificado de estratégias levadas a cabo pela ditadura militar em um contexto de forte ascensão da mobilização política no campo, com a emergência da Contag, a força do sindicalismo rural e de uma série de outras mobilizações que questionaram a estrutura de poder do latifúndio no Brasil. Por último, a atividade pretendeu também discutir o impacto da repressão junto aos povos indígenas e, sobretudo, os aspectos de permanência da violência do Estado contra estes povos em toda a história do país.

Francisco Urbano de Araújo Filho

O dirigente sindical Francisco Urbano de Araújo Filho, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), analisa a relação entre o golpe militar de 1964 e construção da organização dos trabalhadores rurais no país. Segundo ele, o golpe foi desfechado para interromper a Reforma Agrária incipiente conduzida pelo governo João Goulart, dentro das Reformas de Base. Ele apresenta aspectos da trajetória das organizações do campo, destacando ainda o papel da Igreja Católica nas mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia no país.

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