Mostrando 220 resultados

Descrição arquivística
Programa de Memória dos Movimentos Sociais
Opções de pesquisa avançada
Visualizar impressão Visualizar:

Sessão Testemunhos

A sessão Testemunhos, coordenadas pelo Diretor do CBAE, Professor José Sérgio Leite Lopes (PPGAS-MN/UFRJ), e sediada pelo Brasileiro de Altos Estudos (CBAE), foi realizada entre os dias 19 a 20 de maio de 2014.
Os encontros se referem a relatos, em vídeo, de familiares de ex-militantes políticos.
Adriana e Fábio Cardoso são filhos do ex-dirigente metalúrgico José Domingos Cardoso. Tatiana Roque é filha do ex-Professor da UFRJ Lincoln Bicalho Roque.

Pensando os 50 anos do golpe militar

Os seminários do ciclo “Pensando os 50 anos do golpe militar”, ocorridos em 19 e 20 de maio e 13 de agosto de 2014, tiveram por objetivo analisar os impactos e desdobramentos do golpe através de testemunhos e debates de lideranças de movimentos sociais e intelectuais que relacionam a ditadura militar (1964-1985) a processos políticos atuais. Utilizando como eixo o autoritarismo e a repressão dirigida a povos indígenas, trabalhadores rurais e urbanos, dando especial atenção às suas repercussões nas favelas e universidades.

Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE)

Cartaz

Cartaz do evento. Contém cronograma e organizadores do evento.

O tempo “do medo das remoções”

Mediada por Antônio Carlos Firmino (Museu Sankofa da Rocinha), a mesa composta por Anazir Maria Oliveira (Dona Zica, Vila Aliança), Luiz Antonio Pilar (diretor do filme “Remoção”), Eladir Fátima Nascimento dos Santos (SEEDUC-RJ), Dulce Pandolfi (FGV), Tania Regina da Silva (Creche E Aí como é que fica? da Rocinha) e Lygia Segala (UFF) se centrou no tema da memória social sobre as remoções no período da ditadura militar.

Dona Zica

Dona Zica relata as dificuldades enfrentadas com as duas remoções que vivenciou entre os anos 1960 e 1970, de uma favela próxima a Manguinhos para a Penha e, depois, para a Vila Aliança (Bangu) e as organizações criadas por moradoras e moradores.

Eladir Santos

Eladir Santos fala sobre sua militância no movimento de favelas do Rio de Janeiro e as formas organizativas voltadas para o fim da opressão que perpassa as ditaduras.

Abertura

O dossiê "Abertura" é constituído por vídeos da mesa de abertura, composta por José Sérgio Leite Lopes (PPGAS/UFRJ), Daniel Aarão Reis (UFF) e Geraldo Cândido (Comissão Estadual da Verdade/RJ). José Sérgio Leite Lopes apresentou o sentido do evento, expondo o interesse de uma reflexão mais profunda sobre os projetos coletivos interrompidos pelo golpe militar (1964) no Brasil, mais especificamente no que tocou à universidade, os trabalhadores e os povos indígenas. Daniel Aarão Reis aponta os nós fundamentais que ainda permanecem nos debates sobre o golpe militar: a participação civil, as ambiguidades de alguns atores sociais em relação ao regime, as polêmicas em torno do tema da transição democrática e os legados da ditadura. Geraldo Cândido oferece uma perspectiva dos trabalhadores sobre a repressão, a organização sindical e o movimento popular do período, e sugere diálogos entre aquele momento e o tempo presente.

Benedito Santos

Benedito Santos (Fórum dos Anistiados dos Operários Navais) é natural de Alagoas e entra para o Sindicato dos Operários Navais em 1963, como cabeça de chapa - ocasião em que trabalhava no Estaleiro Mauá. Benedito Santos salienta que filiou-se ao Partido Comunista desde a década de 1950 e conta que o sindicato dos operários navais foi um dos sindicatos mais dinâmicos e mobilizados desse período. O primeiro congresso de solidariedade à Cuba, por exemplo, é destacado por Benedito como um acontecimento importante e que foi sediado pelo sindicato dos Operários Navais. Benedito também fala sobre a participação do sindicato no comício da Central do Brasil. Benedito rememora a ocasião em que o presidente João Goulart visitou o sindicato e também, logo após o Golpe Militar, quando a polícia invadiu o sindicato e prendeu mais de 100 lideranças do sindicato dos operários navais. Benedito nos fornece um relato da sua prisão e das torturas sofridas por ele, fala sobre a prisão no Caio Martins de centenas de pessoas. Benedito termina seu depoimento falando sobre a importância da liberdade.

Carlos Vainer

Carlos Vainer (FCC-UFRJ) fala sobre a importância de compreender a memória como um “campo de batalha”. O professor retoma em sua fala o momento de efervescência intelectual, artística e do campo da ciência da década de 1960, o que produziu uma cultura política marcadamente intelectualizada e engajada. Para ele, existia nesse período, uma fusão entre ciência, arte e política, e que, é fortemente interrompido depois de 1968 com o endurecimento do Regime Militar. O professor Calor Vainer sintetiza alguns elementos importantes para se compreender a cultura de esquerda nesse período e sobretudo, entender como os projetos políticos estavam fortemente vinculados à universidade e ao campo intelectual de uma maneira geral

Antônio Cabral

Primeiro palestrante da mesa de debates sobre Povos Indígenas, o procurador Antônio Cabral, do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, apresentou informações sobre os Grupos de Trabalho do MPF voltados à investigação sobre a ditadura militar, entre os quais o GT Memória e Verdade, constituído para apurar os fatos ocorridos no Araguaia, e o GT de Violações aos Povos Indígenas e Regime Militar, da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão – Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais. O procurador, nascido em 1978, destacou que sua geração “tem o dever de fazer a ponte entre o passado e o presente e de evitar que esses fatos se repitam em nosso país”. Mostrou uma fotografia produzida em Belo Horizonte durante um desfile de 7 de setembro, no período do regime militar, na qual integrantes da guarda indígena exibiam um homem pendurado em um pau-de-arara, destacando não ter conhecimento de outro regime de exceção em que a barbárie fosse exibida dessa forma. Ressaltou as várias iniciativas do MPF para apurar as violências ocorridas contra os indígenas durante a ditadura. De acordo com ele, há necessidade de reconciliação, de o país seguir adiante, mas também de fechar as feridas do passado: “Em algumas situações não se pode fazer isso em que haja alguma medida de sanção aos atos do passado - os exemplos históricos estão aí, inclusive de ditaduras latino-americanas”.

Resultados 51 até 60 de 220